Narrativas Contam Histórias

Miguel Magalhães Gomes, de 5 anos, aluno do Pré-I, já sabe ler e escrever graças a seu esforço e o estímulo diário de seus familiares que puderam transformar o espaço de sua casa num ambiente favorável às propostas pedagógicas. Três vezes por semana, o grupamento de Miguel recebia vídeos educativos com propostas lúdicas a serem vivenciadas por ele e seus familiares. A cada 15 dias, através de encontros virtuais com as crianças e educadores, a Escola ofertava um bloco de atividades que tinha por objetivo favorecer a apropriação da leitura, da escrita e a potencializar o raciocínio lógico-matemático.

A família de Miguel se preocupou em registrar seu desenvolvimento cognitivo e no mês de Setembro, seus educadores receberam um vídeo onde a criança lia pequenas palavras, estimulado por um jogo feito a partir de material reciclado. Dois meses depois, a equipe recebeu outro vídeo onde Miguel lia com autonomia um livro de história que ele mesmo escolheu.

A importância desse caso de sucesso se deve a dois fatores essencias ao projeto pedagógico da Pré-Escola Cantinho Feliz: o engajamento da família na educação de seus filhos e o incentivo à leitura, uma vez que um ambiente letrado potencializa a formação do leitor de forma natural e espontânea, produzindo nas crianças, desde muito pequenas, um contato lúdico e prazeroso com a leitura e a escrita.

Maria Helena de Oliveira Freitas, 63 anos, é um caso de sucesso do Instituto Trilho no que tange ao apoio estrutural que proporciona aos seus atendidos. Ela chegou em 2017, logo depois de seu divórcio, quando retornou para o bairro de Santa Teresa, onde tinha passado sua infância e adolescência, interessada nas oficinas de artesanato, em conhecer pessoas novas e, sobretudo, ocupar “sua cabeça com atividades. Realizou o curso de informática, fez o curso de empreendedorismo do SEBRAE e começou a expor seus trabalhos em feiras. Frequentou as aulas de pintura do projeto Compartilhar e diz “… sempre o Instituto vinha com uma novidade, isso me estimulava muito. Até hoje, confesso que ainda me vejo estimulada, agora mesmo na pandemia… no isolamento, não foi fácil pra mim, a pandemia… na primeira onda… nossa… foi inesperada…poder estar online com as pessoas, poder fazer alguma coisa de criativo num momento tão difícil, foi 10… como continua sendo”.

Semírames Almeida de Santana, 28 anos, casada, mãe da Olívia Marieta, de 3 anos, moradora do Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, chegou ao Instituto Trilho em 2019 sem muita habilidade para a costura, mas com muita vontade de aprender. A equipe do projeto a profissionalizou, mas logo sentiu que as oficinas eram também um centro de convivência de um ambiente acolhedor e sentiu-se, então mais criativa e sensível ao mundo.

(…) Eu nunca me vi nessa situação de ter que trazer o que eu chamo “grosso”, de sustentar a casa, tudo eu tive que fazer pra sustentar a casa, quando eu ia pensar que uma maquininha assim, caseira ia me ajudar tanto em trazer mantimento para minha casa. Para me tranquilizar vocês ainda contribuíram também com as cestas; ver vocês todo mês, pelo menos uma “vezinha” confortava nosso coração (…) mas eu com minha máquina, comprei agora essa outra máquina, investi meu dinheiro das máscaras em materiais porque quero fazer muito meu cantinho aqui em casa para costurar.(…) Tô costurando zíper também, fazendo bolsas, necessaires, coisas diferentes. Quero agora fazer bordado de linha e também de pedraria… eu tô muito orgulhosa de mim, posso dizer que essa pandemia não veio para me matar não, veio para me dar uma acordada”.

Thaís de Souza Lima, 40 anos, vinculou-se ao Instituto em 2013, quando era moradora da comunidade dos Prazeres, em Santa Teresa. Foi levada a participar das reuniões do grupo operativo do projeto Reacender, por uma amiga, pois passava dificuldades financeiras, estava desempregada, e precisava de suporte emocional, por conflitos com o ex-marido, com quem tivera seu filho mais novo.

A equipe concedeu cesta básica e acolheu Thaís e toda a sua família, oferecendo orientações e fazendo alguns encaminhamentos necessários. Se beneficiou muito com o suporte psicológico, com as reflexões trazidas nas reuniões do Grupo Operativo, e com a rede de apoio construída pelas mulheres participantes, que considera suas companheiras. No Reacender “pôde botar seus medos pra fora” (sic), pôde se encontrar, descobrir novos caminhos e ter apoio para algumas decisões, segundo Thaís. Logo arranjou um emprego, mas também questionava muito sua função e não estava satisfeita, então decidiu pedir ajuda psicológica na Clínica Entre Nós para seu filho mais novo, que apresentava várias dificuldades de socialização na escola. Segundo ela, o Instituto também pôde ajudar seu filho Marcos, que apresentou melhora e foi muito bem acolhido, após começar seus atendimentos.

Ao longo dos anos no Instituto, Thaís conseguiu separar-se do marido e descobrir novos caminhos. Mudou-se para uma casa maior na Ilha do Governador. Contudo, manteve vínculo com o grupo, ainda por um período. Através do Instituto, sua filha Isabele, conseguiu uma bolsa de estudos de inglês na Cultura Inglesa.

Hoje, Thaís continua morando na Ilha do Governador, mas está trabalhando como merendeira na Pré-Escola Cantinho Feliz e está muito satisfeita e feliz de poder contar com “profissionais que se ajudam, que se tornam amigas, mulheres querendo ajudar umas às outras”.

Adilma Rabelo , 35 anos

Cristina Ferreira , 27 anos

Solange Silva , 58 anos

Deli Matos , 67 anos

Solange Almeida , 62 anos

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